O Grupo Musicultura – Maré, ligado ao grupo de pesquisa Laboratório de Etnomusicologia, foi contemplado com o Diploma Heloneida Studart 2019 pela Comissão de Cultura da ALERJ. O Diploma será entregue no dia 17 de junho.
O diploma Heloneida Studart é um instrumento de reconhecimento e estímulo às boas práticas culturais promovido pela Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
O diploma contempla pessoas físicas e jurídicas, organizações não governamentais e outras instituições que atuem nas áreas dispostas pelo Sistema Estadual de Cultura, como artes visuais, música, teatro, gastronomia e gestão cultural, entre outros. A seleção leva em consideração a distribuição territorial no estado do Rio de Janeiro, dentre as inscrições recebidas, bem como a diversidade de áreas de atuação. Segundo Eliomar Coelho, presidente da Comissão,
O Diploma Heloneida Studart tem uma importância dupla: contribui com o reconhecimento de ações e projetos culturais em todo o estado, sobretudo aqueles que são comunitários, independentes, populares e feitos com muito esforço pelos artistas e coletivos. Por outro lado, homenageia uma mulher que foi a frente do seu tempo, feminista, militante pelos direitos humanos e culturais, sempre em defesa da democracia e da justiça social, o que nesses tempos que estamos vivendo é fundamental.
O trabalho do grupo de pesquisa Laboratório de Etnomusicologia tem repercutido através de publicações em livros e periódicos especializados nacionais e internacionais , co-edições fonográficas com entidades privadas no Brasil e em Portugal, da participação de seus pesquisadores e estudantes em eventos nacionais e internacionais, da participação de seus membros em associações científicas nacionais e internacionais

Desde 2003, contemplado pelo Edital Universal n°1 de 2002, o grupo de pesquisa Laboratório de Etnomusicologia vem desenvolvendo trabalho de formação de pesquisadores na Maré, área residencial do Rio de Janeiro, no intuito de mapear as práticas musicais locais, realizar registros e constituir um banco de dados em torno das mesmas, bem como realizar exposições públicas do trabalho de reflexão sobre elas realizado, resultando em publicações de vários livros.

O Grupo Musicultura – Maré foi criado conjuntamente pelo Laboratório de Etnomusicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Centro de estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM), entre final de 2003 e início de 2004, a partir dos princípios de produção de conhecimento propostos por teóricos como Paulo Freire e Orlando Fals Borda, com a participação de moradores da Maré, estudantes de ensino médio, professores e alunos da UFRJ, e com apoio do CNPq, FAPERJ, CENPES-PETROBRAS e a própria UFRJ. Desde então cerca de 100 estudantes e voluntários que moram ou moravam na Maré passaram pelos grupo, o trabalho foi difundido através de vários eventos na Maré, cerca de 15 artigos do grupo, em autorias coletivas ou individuais, foram publicados em periódicos e livros acadêmicos no Brasil e no exterior, dezenas de trabalhos foram aceitos e expostos oralmente em eventos científicos da área de música e afins (com alguma premiação em Jornadas de Iniciação Científica da UFRJ) e foram aprovados algo em torno de 7 trabalhos monográficos de conclusão de curso (graduação e pós-graduação) com alguma referência ao trabalho coletivo. O grupo enquanto tal tem se mantido presente e atuante em lutas sociais no Rio de Janeiro, em especial aquelas que afetam diretamente as populações de áreas favelizadas da cidade, e seu trabalho tem inspirado a adoção de experiências semelhantes em outros pontos do Brasil e no exterior.